A experiência de mindfulness

Mindfulness refere-se a um estado ou característica da “mente” humana, descrita por tradições religiosas, em específico o budismo, e que vem sendo estuda e usada como uma terapia secular. A meditação é uma das formas de se chegar a este estado.

Mindfulness implica em estar atento ao momento presente com vontade e aceitação; é a aceitação de forma radical da experiência que se apresenta, seja ela qual for reconhecendo os fenômenos corporais, sensoriais, emocionais e mentais. É experiência e prática; e não teoria.

Prestar atenção ao momento presente, de maneira intencional e sem julgar.

(Kabat-Zinn, 2003)

Consciência da experiência presente com aceitação.

(Germer, 2005)

Saber o que está experimentando, enquanto está experimentando.

(Guy Armstrong, 2008)

Vivemos em uma sociedade que vive de acordo com os hábitos. Funcionamos sem ter noção do que estamos fazendo utilizando regras rígidas e obsoletas. Assuminos informações sem examiná-las criticamente. Adotamos conceitos socialmente convencionados como corretos. É um fazer, fazer e fazer onde automaticamente nos comparamos com os outros.

Mindfulness funciona como uma espécie de radar que mapeia, seguidamente, nosso campo experencial, expandindo nossa autopercepção acerca de como nos relacionamos com os estímulos internos e ambientais. Traz, portanto, um maior contato com o mundo. E um maior contato com o mundo é uma possibilidade maior de influência sobre o comportamento

A prática de mindfulness aumenta a regulação emocional, a flexibilidade cognitiva, desenvolve a empatia e a compaixão por si e pelos outras, melhora as relações interpessoais; diminui o nível de estresse, as condutas agressivas e impulsivas e previne recaídas de estados depressivos e drogadição. Há um desaceleramento dos processos mentais e a diminuição dos diálogos internos. Traz uma maior sensação de paz e bem-estar. Temos uma melhora da saúde mental como um todo.

Para os profissionais da área da saúde a prática desenvolve habilidades clínicas não ensinadas nas universidades, uma maior atenção ao que ocorre in-vivo além de autocuidado. Ao desenvolver habilidades como empatia, cordialidade, entendimento, aceitação, consideração positiva e colaboração ocorre o fortalecimento da aliança terapêutica. A desatenção pode ser uma resposta ao que está – ou não está – acontecendo na interação. Ao prestar mais atenção ao cliente e a si mesmo durante o processo cria-se condições para intervenções de maior impacto e intensidade. Um desdobramento natural é a compaixão. Esta serve como antídoto ao sermos inundados pela dor do outro aumentando nossa tolerância ao afeto.